Páginas

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eita Piula!

E aí, povos?
O que é “Eita Piula”?
E EU SEI LÁ O QUE É EITA PIULA!
Só sei que desde quando eu era “boy” eu escuto Eita Piula. Por aqui, pela minha terra Natal é usado como uma expressão de espanto, surpresa, admiração... usado também como uma sentença pós-topada, por exemplo, daquelas em que a “infilíz” da pedra enterrada no meio do campinho de futebol se encontra embaixo da bola e ao invés de dar um bicudo na gorduchinha você ARRANCA O XABOQUE DO DEDO!
...
Vai me dizer que nunca te aconteceu isso?
Aqui, neste exemplo, se emprega o Eita Piula em duas funções diferentes: O “Eita Piula!” do topador, simbolizando a dor da GÔTA SERENA que a pedra causou no dedo do azarado; e a função de espanto do colega da pelada que se aproxima do cidadão sentado ao chão e exclama “TÁAAAAA PIULA BOY, TUA UNHA LEVANTOU!”
O bom é o MERTIOLATE depois... o antigo, do tempo que ardia.
Pois bem, reparei que quando eu to jogando videogame solto essa exclamação sempre que admiro alguma cena ou quando uma bala passa zunindo na orelha do meu personagem... o que acontece muito em jogos como Call of Duty ou Army of Two.
Assim como também num jogo de luta, onde as finalizações e os K.O.s com os “especial moves” são de se admirar. Tô falando de Street Fighter.


O revolucionário dos games de luta, o fazedor de milhões ou bilhões de fãs no mundo todo, o clássico da Capcom, o inesquecível.
Pra quem joga videogame o título dispensa apresentações. Pra quem não joga... bem, não sei porque a demora de pegar o controle pra jogar. Quem desconhece ou subestima esse jogo – uma minoria na gorda parcela de gamers existentes, vale salientar – tende a esmagar os botões, apertando todos ao mesmo tempo, jogando “na doida” pra ver no que é que dá. Mas como num bom jogo de luta o esquema está na estratégia. Aprender os golpes, os contra-ataques, os especiais, os pontos fortes e fracos de cada personagem e todos os afins garantem que você tenha uma boa chance de ganhar uma disputa.
Disse “uma BOA chance”.
Porque pode ser que aconteça isso:




EI-TA PÍULA MEU IRMÃO, DOIDO!!! Que virada aloprada!
Ou seja, Street Fighter requer a sua dedicação, meu caro... não faça como eu que foi um dos que subestimaram o game e sentou para jogar contra DENNIS.
...
Rapaz, pense numa surra.
Dennis é primo do meu amigo Beto. Meu amigo Beto certo dia disse: “Vem aqui em casa jogar que meu primo ta aqui”, beleza, massa... cheguei lá, peguei o joystick e me sentei... e tive um breve momento de felicidade quando em uma das 30 partidas que duelei com ele, consegui TIRAR O PERFECT DELE... OU SEJA, ACERTEI 1 GOLPE... 1 MÍSERO E BESTA GOLPE... pra depois, logo em seguida ele me derrotar com o escurinho do Gouki. Todas as outras partidas ele conseguiu perfect nos dois rounds. Nunca tinha visto nada igual na minha vida. Olhe que eu jogava Street Fighter desde quando lançou... tá certo que não era hardcore nem nada, mas pelo menos não apanhava de perfect.
Dennis venceu um torneio de SF por aqui ultimamente. O cara é bom. Queria vê-lo num nacional.
O último Street Fighter que saiu – o Super Street Fighter IV, para Xbox 360 e Playstation 3 – é, sem sombra de dúvida, o melhor game de luta da atualidade. Uma obra prima. Merece um EITA PIULA!...


...E uma crônica:
“O peito queimava da dor infligida por dois punhos enfaixados e fechados... O golpe tinha sido à queima roupa e o impacto foi tamanho que o lutador se afastou aumentando o espaço entre os dois. Embora o seu corpo reclamasse do golpe, a face não deixava transparecer... O kimono vermelho surrado, que já o vestiu inúmeras vezes, se encharcava de suor e o calor dentro daquela roda de briga era insuportável... Mas ele não se importava com isso, aliás, tudo aquilo parecia lhe dar mais vontade de derrubar o gigante que era seu adversário: o calor, o cabelo loiro molhado na testa, as pessoas ao redor encorajando a briga com gritos e com cédulas de dólares amassados na mão apostando quem dos dois venceria o embate e o principal: aquele sorriso malicioso que seu adversário apresentava pelo canto da boca... Logo abaixo do tapa-olho preto que ele não fazia idéia de quem tinha sido o autor daquele golpe certeiro... Só lamentava de que não tinha sido ele. Esse pensamento foi o estopim. Com um grito de fúria Ken parte pra cima do outro com uma velocidade impressionante e com um salto desfere um chute cruzado visando àquela cabeça careca. O boxeador tailandês parecia esperar pelo ataque e ergue os braços enfaixados num bloqueio em direção à canela do lutador, o impacto é forte e a perna do atacante é arremessada para trás, mas o atacante aproveita a velocidade do impacto, gira sobre o eixo do próprio corpo e apoiando o outro pé e as mãos no chão desfere uma rasteira com toda a velocidade do chute defendido nas pernas de Sagat, que é pego de surpresa e cai sem o apoio das duas pernas... A dor nas suas costas nuas em contato com o chão é grande a ponto do olho ainda bom se fechar em reação, e quase não se abrir a tempo de ver no alto o calcanhar do outro erguido num chute que desce velozmente em direção ao seu rosto; tudo é muito rápido e o karateca sente o seu calcanhar esmigalhar o asfalto abaixo, mas não o rosto do alvo que ele procurava... Numa fração de segundos antes o gigante tinha rolado para fora do alcance do seu ataque e agora ele se erguia do chão, irado... Mas um detalhe Ken reparou: aquele sorriso sumira. Era a vez de Sagat soltar o seu grito de fúria e correr em direção do outro para desferir o seu golpe final e acabar de vez com aquela brincadeira. Ken aguarda a vinda do grandalhão e quando o outro entra em seu raio de ação ele desfere um soco direto com toda a sua força... Mas estranhamente o punho fechado não encontra o rosto, olhando rapidamente para baixo ele vê que Sagat está agachado e concentrando a força toda em seu punho direito... Não dá mais tempo: “TIGER UPPERCUT!” – Ele grita e o enorme boxeador sobe como um míssil colocando todo o peso e velocidade do corpo no seu punho direito, ao outro só dá tempo de erguer os braços à frente do peito e tentar bloquear o impacto... A força do golpe é arrasadora e o karateca sente seus braços arderem, mas ele enfim conseguiu bloquear o golpe... E num espaço ínfimo de tempo a sua mente clareia: o adversário está bem acima dele, ainda terminando o vôo que fora o seu golpe... “É agora!”. Com a fúria concentrada pela dor e pela adrenalina o seu braço direito irrompe em chamas e ele aproveita a brecha de Sagat: com a garganta bradando a plenos pulmões ele sobe numa coluna de fogo e atinge em cheio o a cicatriz no peito do boxeador no mesmo momento em que descia do golpe anterior... Uma dor inimaginável percorre o corpo do gigante e lá do alto ele tomba para a derrota ao chão. Um grito de vitória sai dos lábios das pessoas da roda, a animação é saudada ao vencedor, que olha para o adversário desacordado a seus pés. Ali, estava terminado... Pelo menos por enquanto.”
Fico por aqui hoje.
Boa jogada para todos.
E que Deus nos abençoe.